Salve salve meus consagrades, bem vindos de volta à nossa mesa de Tarôt! Terminamos ontem com revelações bombásticas sobre Clayton, Deiros e Hedone. Hoje, temos… combate? Será?
Sessão passada não contamos com a presença de todo mundo na mesa, então hoje foi dia de trabalharmos com a galera que não veio primeiro. Dentre Teclis e Jorc, começamos com nosso mago, que está em…
O ataque à Deiros é iminente e preparações precisam ser feitas com muito cuidado pra garantir as melhores chances de sucesso possíveis. Teclis não pretendia dar sorte ao azar, então foi direto conversar com Altair sobre quais recursos tinham disponíveis para a batalha.
Segundo o líder do vilarejo, infelizmente não eram muitos. O que lhes restava de força militar eram alguns poucos paladinos da ordem, que sofriam de malnutrição prolongada. Eles não seriam muito úteis em batalha, mas talvez pudessem fazer corpo, formando uma última linha de defesa entre agressores e refugiados.
Isso até é bom pra quem tá evacuando, mas Teclis não ficou muito feliz com a resposta. Mas tá bom, fazer o que? Pelo menos Gepeto conseguiu juntar umas 20 poções de cura e dividiu elas entre a equipe, então pelo menos conseguiram algum recurso tangível.
Talvez sua resposta estivesse em outro lugar. Agradeceu o tempo do homem e se juntou aos outros na…
Se não tinham vantagem numérica, podiam pelo menos tentar alguma coisa com o terreno. Teclis analisou atentamente o campo de batalha. Era uma estrada cercada por mata alta com duas saídas, uma que dava para Deiros e outra que dava na estrada para Elphora. De certa forma o lugar tinha uma entrada e uma saída, o que significa que seus oponentes teriam que praticamente caminhar por um corredor para chegar até eles.
A ideia do Clayton de transformar esse caminho num corredor polonês usando armadilhas era genial. Não tinha como não admirá-lo pelo plano. No entanto, armadilhas funcionam bem até certo ponto. Não sabiam quantos eram e quão bem preparados eles estariam. O que sabiam é que lutariam de noite na mata alta, com visibilidade baixa, onde a escuridão reina…
Momento perfeito pra matar alguém de susto!
Se conseguissem simular algum bicho da floresta, seja de um mito local ou só imitar o som de algo grande e assustador, quem sabe alguns deles não saíssem correndo com o rabo entre as pernas? Teclis envolveu o grupo nessa tramóia, levando a galera a listar habilidades e spells que pudessem fazer isso acontecer.
São nesses momentos que um GM embriagado por sua omnisciência olha pra situação e, sabendo o que sabe, ri silenciosamente pra si mesmo, da forma maliciosa que só um GM faz. Mas eu, sabendo muito bem que aquilo não ia dar certo, fiquei até triste.
Porque eu amo quando os meus jogadores tem um plano brilhante e, considerando as circunstâncias, era um plano muito bom. Em condições normais, teria dado certo. Mas eu sei que não vai dar. Eles só não sabem ainda.
Para a felicidade do GM que vos fala, as maquinações não pararam por aí. Teclis também veio com outro plano importante: e se alguns deles se escondessem perto da entrada, passassem despercebidos e depois fechassem o caminho atrás deles? Dessa forma, se eles vierem em ondas, a segunda vai sofrer os efeitos da intimidação de ouvir a primeira sendo destroçada enquanto não conseguem fugir.
Perfeito, eles tem um bom plano! Basta só decidir quem vai ficar escondido e aonde. Vai ser um stealth difícil de rolar, afinal.
“Que tal a gente botar o Rorick” (o bárbaro que tá se coçando pra pular em cima dos caras assim que der) “e o Clayton?” (o NPC que sessão passada abriu o jogo com todo mundo que também tava sofrendo de fome por causa do cerco)
Começamos bem!
Enquanto eu me preparava emocionalmente para um mundo em que o Clayton morre em combate, Lillian e Jorc estavam aprendendo a montar as armadilhas com Erida enquanto batiam um papo sobre a vida.
Mesmo com toda a desconfiança que o povo tinha na Erida, foi um papo bom! Ela se abriu um pouco mais com os dois, falando sobre como estava viajando com um grupo de aventureiros e que por acaso decidiu visitar Deiros pela primeira vez. Não imaginava que o vilarejo poderia estar passando por tantos problemas quando chegou, mas tinha certeza que precisava fazer alguma coisa para ajudá-lo.
Conheceu Clayton e uniu forças com ele para pensar numa solução, mas qual? Independente do tamanho do ataque, eles estavam muito enfraquecidos para resistir. A única chance do vilarejo era, de alguma forma, evacuar seus cidadãos antes que fosse tarde demais. Clayton disse que podia abrir um caminho pela mata pra que conseguissem fugir sem alertar os capangas de Hedone, mas não adiantaria de nada se não tivessem algum lugar pra ir.
Foi aí que sua contribuição veio: ela conseguiu desenrolar junto com seu grupo a colaboração de Cruxis, um vilarejo vizinho onde eles estavam hospedados. Uma vez aberto o caminho, os civis evacuariam e seriam recebidos lá. Não era o melhor plano, mas era um começo.
As suspeitas da galera não diminuiram muito, mesmo com tanta informação. Afinal, que grupo é esse? Não sabemos, pois Erida não quer falar muito sobre. Por que só ela está lá ajudando e não o resto da galera? Não sabemos também! E por que temos uma aasimar com uma tatuagem no braço?
Foi aí que algo engraçado aconteceu.
O Owlbear Rodeo é muito fiel à missão de prover uma experiência similar a de jogar D&D presencialmente, o que eu aprecio muito. Para conseguir isso, ele não tem por design algumas funcionalidades de outros VTTs, como histórico de rolagens. Eu também tenho TDA, o que não ajuda. Por que isso é importante?
Eu pedi uma percepção da Lillian.
Eu vi um 18 ser rolado!
Comecei a descrever animadamente um detalhe muito importante sobre a Erida! Afinal, era uma tatuagem feita com tinta preta de um escudo com uma espada passando por trás dele, o que qualquer um consegue ver. O que normalmente não dá pra ver são cicatrizes interessantes que a tatuagem esconde, o formato não necessariamente claro com um 18 mas é nitido que ela está escondendo que-
Foi aí que me falaram que o 18 foi outra rolagem. De outra pessoa.
Lillian tinha tirado um 2.
Foi assim que eu descrevi para meus jogadores uma linda cena de uma percepção que nunca aconteceu. Claro, todos concordamos que ninguém viu nada, ninguém sabe de nada e ninguém fala de nada sobre esse incidente. Mas eles sabem. Eles anotaram esse detalhe e isso com certeza vai influenciar decisões futuras.
Mas chega de falar sobre o que não aconteceu. Ainda temos dados de verdade pra rolar!
Lembra quando eu falei que se algum player meu tivesse lido o post anterior, eles ganhariam vantagem num DC? Pois bem, tivemos alguns leitores (que orgulho!) e algumas vantagens que foram muito cruciais pro que estava por vir! Outros tiveram que rolar dados normais e contar com a sorte. Ou melhor, com mais sorte do que o normal.
Nesse segundo grupo estava Rorick, que rolou um d12 para somar com a sua força e ver quantos civis de um total de trinta poderiam passar pelo caminho que ele e Clayton abriam pelo mato. Felizmente o que não falta nele é braço, então foi fácil garantir que seis pessoas conseguissem passar por vez.
Lari, no entanto, conseguiu rolar uma boa performance para motivar o povo de Deiros, assegurando-os que sobreviveriam aquela noite e que estariam vivos ao amanhecer. Com isso, a velocidade deles aumentou, aumentando a vazão do caminho para dez moradores por vez.
Como a mecânica da luta era que uma onda de civis evacuaria a cada dois turnos, eles garantiram que a batalha teria no mínimo seis! Depois disso eles conseguiriam fugir pelo mesmo caminho e o conflito estaria resolvido.
Lillian, Jorc, Teclis e Gepeto aprenderam com Erida o funcionamento das armadilhas no mato e teriam que fazer um teste com DC 15 para aprender como montá-los durante a batalha. Quem passou consegue remontar uma armadilha desativada gastando somente uma ação bônus, enquanto que em caso de falha seria necessária uma ação normal.
Os dados foram gentis até com quem não tinha vantagem, porque todos conseguiram passar no teste! Tô começando a achar que eles vão sobreviver a investida de Hedone.
Com tudo preparado e todos a postos, especialmente nossos flanqueadores, estamos prontos para começar…
Rorick e Clayton foram os primeiros a perceber que Hedone não brinca em serviço. Era muita gente! A primeira onda tinha pelo menos vinte pessoas. Algumas estavam vestidas com roupas chiques e carregavam rapieiras, outras não se distanciavam muito do equipamento que os homens de Gideon usavam.
Mas todos eles compartilhavam um mesmo olhar. Olhar de quem não parecia estar presente, mas com o foco em algo além do tangível…
Poucos se distanciavam desse estado estranho de espirito. Demonstravam medo ao adentrar a mata, a apreensão do soldado de primeira viagem quando se vê de frente à probabilidade real de morrer. Mas, num momento súbito, todos entraram em sintonia. O terror sumiu de seus olhos. Uma determinação cega permeou suas visões. Com uma rolagem boa de Arcana, Teclis foi um dos poucos que ouviu a voz, ecoando telepaticamente o comando de forma tão forte que chegou até ele.
Matem todos os aasimar. Não deixem nenhum sair vivo.
É gente, intimidação não funciona quando algo tá controlando as ações da horda telepaticamente. Mas quem? De onde vem essa voz? E como ela consegue influenciar tanta gente ao mesmo tempo?
Descobriremos na próxima sessão!
É gente, sumi por um tempo mas voltei. Já antecipo que essa batalha rendeu muito e durou mais de uma sessão, então para o post que vem teremos um resumão dos melhores momentos pelo bem da brevidade.
Afinal, esse é o post da sessão oito, mas no dia que eu escrevo isso nós estamos atualmente na sessão treze.
Foi mal pelo sumiço. Como diz o sábio, a vida cobra e eu tive que parar de escrever aqui pra caçar o famigerado leão de cada dia. Mas estamos de volta e estou com todo o gás do mundo pra manter vocês atualizados com tudo que diz respeito à essa mesa.
Muito obrigado pra todo mundo que tá acompanhando essa saga. Tem sido muito divertido escrever os relatos dessa mesa aqui e eu não pretendo parar tão cedo. Próximo post vai ser bem legal, então aguardem~