Meu Top 5 Jogos de Tabuleiro

Jogos de tabuleiro são incríveis.

Quando comecei a jogá-los, eu era bem ruim. Sempre conseguia falir no Monopoly, era incapaz de contar cartas em Detetive e tinha a capacidade estratégica de um recèm-nascido no War. Mas eu continuava amando jogos de tabuleiro e, conforme fui crescendo, a indústria também.

Hoje em dia, jogos de tabuleiro estão significativamente diferente do que eram anos atrás. Alguns mais complexos, outros mais temáticos, mas todos com novas mecânicas e temas. Aqui vou apresentá-los 5 jogos que moram num lugar especial no meu coração, e que podem acender em você a chama que acenderam em mim quando eu voltei ao hobby que tanto amo.

5. Patchwork

Tabuleiro de Patchwork

Lembra do Tetris? Imagina isso, só que na sua mesa; competitivo; dois contra dois. E envolvendo colcha de retalhos. Lhes apresento Patchwork.

Você e outra pessoa competem para montar a melhor colcha de retalhos que o mundo já viu (aparentemente). Os dois possuem um tabuleiro 9x9, que devem preencher com pedaços de uma colcha de retalhos que estão cortados na forma de peças de Tetris. Cada peça pode ser comprada com botões, a moeda do jogo, e possuem um custo de tempo associado. Conforme o tempo passa, você ganha mais botões, compra mais peças e por aí vai. O jogo acaba quando o “tempo” acaba e ganha quem fizer mais pontos, que são calculados pela colcha que você montou, quantos buracos ela possui no final e se você conseguiu fazer o grandioso feito de fechar um quadrado 7x7, é o vencedor!

É um jogo excelente para jogar com outra pessoa se quiser começar a lidar com jogos de tabuleiro modernos. Alguns conceitos legais, como o fato dos turnos de cada jogador não serem sequenciais (ou seja, você não vai logo depois do amiguinho, mas sim quando ele “passar o seu tempo”), ficam fáceis de aprender com esse jogo. E, além disso, quem não gosta de competir um pouquinho com a pessoa que mais gosta?

4. Sheriff of Nottingham

Mesa de jogo

Se você gosta de mentir para seus amigos, subornar autoridades e fugir de impostos, esse jogo é para você!

Você e mais 5 amigos são todos mercadores, e ganham a vida vendendo pães, galinhas e queijos. Mas, com esses itens, não é possível ter uma vida muito confortável, por isso vocês optam pela alternativa mais lógica para resolver isso: contrabando. Basta botar seus itens na sacola (ocasionalmente adicionando itens valisos mas ilegais aqui e ali) e vendê-los na feirinha para ganhar seu tão merecido ouro, né? Parece simples, se não fosse pelo xerife tentando pegá-lo no ato.

Cada turno um jogador é escolhido como xerife, e não pode vender nada naquele turno. Já os outros jogadores escolhem cartas de seu inventário para botar numa sacola e vender na feirinha. Cada uma dessas sacolas pode ser inspecionada pelo xerife, que pode decidir abri-la para inspecionar se você está contrabandeando ou não:

O segredo? Ninguém disse que você não pode molhar a mão do xerife pra ele deixar sua sacola intacta…

É o jogo perfeito para ser desonesto de forma divertida com amigos, seja alegando que seus temperos proibídos não passam de galinhas, ou cobrando taxas exorbitantes dos colegas para não inspecionar nenhuma sacola. Não recomendado para pessoas tímidas, introvertidas ou brutalmente honestas.

3. Celestia

Mesa de jogo de Celestia

Os céus são cheios de surpresas. Muitos cresceram com as lendas de que a cidade das luzes abrirá suas portas para o aventureiro que conseguir passar pelas nuvens tempestuosas, bandidos dos ares e ventos cruéis que assolam o caminho. Os perigos podem ser grandes, mas os tesouros, eles sempre valem a pena.

Você e seus amigos são aventureiros tentando chegar na ilha das luzes. Todos dirigem um navio voador, que passará por outras ilhas até chegar na tão desejada cidade. Entre uma travessia ou outra, o capitão do navio jogará dados para decidir seu destino, e usará cartas do seu inventário para lutar contra bandidos, passar por tempestades e encontrar o caminho para a próxima ilha. Assim que chegar, seu título vai para outra pessoa, que herda sua responsabilidade. Quanto mais longe estiver a próxima ilha, mais dados serão jogados, e mais cartas terão que ser gastas para a travessia. Se falhar, o navio cai, e a tripulação retorna para o começo da jornada.

Mas, convenhamos, quem quer estar em um navio que vai afundar? Especialmente quando as ilhas pelas quais passamos também possuem seus próprios tesouros?

Cada turno é uma travessia para a ilha sagrada, onde o capitão joga dados para definir a dificuldade da travessia. Depois de jogados, a tripulação pode decidir continuar o caminho com o capitão ou desembarcar e se contentar com tesouros de menor valor. Uma vez definido quem vai e quem fica, o capitão revela se consegue ou não fazer a travessia. Se conseguir, uma nova ilha é alcançada, um novo capitão selecionado e o ciclo se repete. Se falhar, quem desceu do barco pega o tesouro da ilha na qual parou, e quem naufragou volta ao começo só com a promessa de tesouros na próxima jornada.

É um jogo interessante de cooperação moderada, onde, como capitão, você quer convencer sua tripulação a ficar no navio, mesmo que não possua os recursos para a viagem (afinal, melhor puxar todo mundo pro buraco do que perder sozinho). Já como tripulação, seu objetivo é obter o melhor tesouro, seja apostando no capitão da vez e em suas cartas, ou descendo na ilha atual, que rende tesouros menos valiosos. Cada tesouro tem uma pontuação atrelada, e o primeiro a chegar em 120 pontos ganha!

2. Pandemic

Mesa de jogo do Pandemic

Quem disse que jogos de tabuleiro precisam ser competitivos?

Uma pandemia está assolando o mundo (onde que eu vi isso antes?), e você mais três pessoas tem que unir forças para encontrar a cura das doenças. Sim, plural. Doenças. Você pode escolher dentre uma série de personagens diferentes, cada qual com suas habilidades especiais, e você é lançado no mundo para curar doentes, evitar epidemias e coletar recursos para encontrar a cura.

Cada turno você pode percorrer o mapa curando focos da doença, usando suas habilidades de personagem e acumulando cartas que lhe permitirão curar a doença. Mas, no final de cada turno, você tem que comprar mais uma carta do baralho, que pode progredir seu trabalho, fazendo com que centros de pesquisa surjam aleatoriamente no mapa, ou pode progredir a epidemia, fazendo com que focos de doença aparecam mais frequentemente.

É um jogo muito divertido de se jogar com amigos, com dificuldade regulável baseado no tipo e quantidade de cartas no baralho quando o jogo começa, e é inteiramente cooperativo, ou seja, você contra o tabuleiro.

1. Eldritch Horror

Mesa de jogo de Eldritch Horror

Eu sou completamente apaixonado por esse jogo. E eu nunca ganhei uma partida sequer dele.

Você e seus amigos são investigadores, cada um com sua trágica história e nobre motivação (ou não), mas todos com um único objetivo: algo surgiu, e precisa ser parado. Cthulu, Azatoth e outros terrores lovecraftianos estão sendo cultuados pelo mundo, e podem surgir a qualquer momento, e é seu dever resolver mistérios pelo mundo e impedir sua ressurreição (ou matá-lo assim que pisar na Terra).

Cada partida envolve uma entidade cósmica diferente, como Cthulu ou Azatoth, cada qual com seu nível de dificuldade atrelado e condições de vitória. Você tem que resolver os mistérios de cada entidade antes que o contador do fim do mundo chegue ao zero. Caso isso aconteça, pode ser o fim do seu jogo, ou o começo de uma tarefa muito mais árdua que seu grupo terá que resolver.

O jogo é tão grande que é difícil dar o resumo geral dele, então seguem abaixo algumas coisas incríveis (ou não) que esse jogo tem:

Conclusão

Esse jogo mora no meu coração por um motivo relativamente simples: você não precisa jogar para ganhar. Muito do divertimento do jogo vem também das histórias que são criadas nas partidas e compartilhadas na roda de amigos depois.

Onde mais você encontra a história do mago que passou a partida inteira treinando e coletando feitiços, só para depois sofrer uma batida policial, ser preso por porte de armas e morrer sem nunca usar uma magia sequer? Ou a história do gangster que perdeu todos seus pontos de observação, mas mesmo sem ter um olho sequer, conseguia brandir a espada de São Jerônimo e matar toda e qualquer fera que vier em seu caminho? E da escolhida, que treinou a vida toda para combater os monstros do além mas nunca conseguiu chegar perto de um monstro, porque sua equipe conseguiu perder o jogo antes?

Assim como videogames, jogos de tabuleiros são plenamente capazes de transportá-lo para novas realidades e fazê-lo viver experiências que você nunca viveria de outra forma. Não são necessários gráficos excepcionais ou visuais incríveis. Basta um conceito bem trabalhado, alguns dados e é possível fazer tudo.